quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mama Maratona 2008 - Portimão

Mama Maratona 2008 - Portimão
Portimão acolheu a Mama Maratona 2008.

A Associação Oncológica do Algarve promoveu mais uma Mama Maratona, a número 8.

No Domingo, 12-10-2008, a zona ribeirinha de Portimão foi percorrida, em ambiente de festa, por mais de dois mil participantes provenientes de todo o Algarve e outros pontos do país, vestindo camisolas e bonés fornecidos pela organização no acto da inscrição.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Um mar de gente prepara-se para iniciar a caminhada.

Essa onda predominantemente cor de rosa e branca, constituiu um excelente exercíco matinal para os respectivos intervenientes, mas, acima de tudo, foi uma enorme manifestação de solidariedade para com todos aqueles que são afectados por problemas de natureza oncológica.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Passagem sob a Ponte Ferroviária de Portimão.

Durante 5 km, para os menos resistentes, ou 8 km, para os "profissionais" (incluindo alguns atletas de renome nacional que também participaram no evento, em passo de corrida), os marchantes cumpriram os principais objectivos propostos pela organização:

Mama Maratona 2008 - Portimão
À beira-rio, na zona do Largo do Dique.

"Alertar para a problemática do cancro e angariar fundos para a construção da "Casa Flor das Dunas" – Projecto que a A.O.A. pretende levar a cabo, do qual consta a construção de um edifício para apoio ao doente oncológico" .... "habitação destinada a servir de residência temporária aos doentes oriundos de partes distantes que tenham de ser sujeitos aos tratamentos por radiações diários, normalmente com a duração entre 4 a 6 semanas".

Mama Maratona 2008 - Portimão
Junto ao Cais Comercial com o Convento de S. Francisco ao fundo.

Mais uma vez, Portimão surge como cidade algarvia de vanguarda, da qual todos os portimonenses, originais e adoptivos, nos podemos e devemos orgulhar.

No entanto, há que referi-lo, por vezes, nota-se que a nossa participação poderia ser mais efectiva. Em eventos como este, parece ficar a sensação de que os forasteiros nos superam em número de presenças. Espero estar equivocado...

Veja mais fotografias em: Galeria da Mama Maratona 8 - Portimão 2008.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Jardim 1º de Dezembro

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Alguns painéis de azulejos do Jardim 1º de Dezembro.

O Largo 1º de Dezembro, no coração da baixa, distingue-se pelo Jardim com o mesmo nome do qual faz parte uma colecção de dez painéis de azulejos colocados no encosto de cada um dos bancos lá existentes para descanso dos visitantes.

Trata-se de uma obra com mais de meio século de existência que se tem mantido razoavelmente bem conservada, embora, nos últimos anos, com o arrastamento das obras de transformação do palácio Sárrea Prado no futuro Teatro Municipal de Portimão, tenha vindo a passar por uma fase menos agradável.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Painel alusivo ao Tratato de Zamora.

Cada um dos dez painéis representa um momento da nossa história que, no seu conjunto, e na perspectiva do autor ou de que quem lhe encomendou o trabalho, corresponderão aos de maior relevância, desde a fundação da nacionalidade pelo Tratado de Zamora, em 1143, até à implantação da República com a revolução de 1910.

Pelo meio, surgem batalhas contra Espanhóis e Sarracenos, Descobertas do Novo Mundo e consolidação do Império Colonial, bem como a outorga das duas primeiras Constituições Portuguesas. Reflexos, obviamente, dos pontos de vista da governação daquela época ditatorial salazarista.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Painel alusivo à implantação da República.

Não deixa de ser curioso, ou melhor, patético, causando-me até alguma hilaridade o facto de a prisão de um Régulo Moçambicano, resistente anti-colonial, de nome Gungunhana, constituir, na opinião seja de quem for, um marco na história de Portugal... Com o devido respeito pelo personagem em causa e total desaprovação pelo que lhe fizeram, em especial, no seguimento da sua captura, os episódios ocorridos na transferência e estadia em Lisboa e desterro para os Açores.

Para uma consulta pormenorizada sobre este acontecimento, aqui fica uma ligação para o site Vidas Lusófonas, onde encontrará uma biografia pormenorizada de Gungunhana, da autoria de Carlos Pinto Santos.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Representação da captura do Régulo Gungunhana.

Mas, voltando ao jardim e aos seus painéis, está prometido pela Câmara Municipal de Portimão, nesta página do seu site, que, no seguimento das obras do palácio Sárrea Prado, o "Jardim 1º de Dezembro será, também, objecto de requalificação, tornando-se numa extensão do edifício, uma espécie de foyer ao livre, onde também acontecerão performances artísticas".

Fico, assim, na expectativa da conclusão dessas obras, já tão demoradas, para poder voltar a usufruir plenamente do maravilhoso recanto de Portimão que é o Jardim 1º de Dezembro. Um pequeno espaço acolhedor no centro da cidade, retirado e pacato como talvez nenhum outro, e onde podemos reflectir um pouco sobre a nossa história e não só, recostados num dos tais painéis, observando atentamente os restantes.

Veja as fotografias de todos painéis em: Galeria do Jardim 1º de Dezembro.

Até à próxima e obrigado pela sua visita.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A Fortaleza de Santa Catarina

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Fachada principal da Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha.

Alinhada com o Forte de S. João do Arade, mas na margem direita do rio e sobranceira a este, encontra-se a Fortaleza de Santa Catarina, certamente, o mais importante chamariz arquitectónico da Praia da Rocha.

Foi projectada e construída no século XVII, durante o reinado de Filipe IV de Espanha, para defesa da entrada do Arade a inimigos que o demandassem por via marítima, tendo acolhido no seu interior uma ermida com o mesmo nome que, segundo os historiadores, já existia, anteriormente, junto ao rio.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista de baixo, com toda a sua imponência.

Também é conhecida por Fortaleza de Santa Catarina de Alexandria ou Santa Catarina de Ribamar. A exemplo do que sucedeu ao Convento de S. Francisco, sofreu os efeitos do terramoto de 1755, tendo ficado também bastante danificada. No entanto, ao contrário daquele, foi prontamente reparada.

Diz também quem sabe, que foi, sucessivamente, remodelada até chegar ao que é hoje, nada lhe restando da construção original a não ser a fachada principal. Foi ocupada pela Polícia Marítima e Guarda Fiscal e, com o surgimento da indústria turística, no século passado, inevitavelmente, transformada também em restaurante, café e geladaria... O costume...

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista poente, para a praia. Na linda do horizonte, Lagos e a sua baía.

Valha-nos, ao menos, que, ao longo das últimas décadas, tem sido preservada - não tão bem como se desejaria, mas de uma forma "aceitável" - e sempre mantida aberta à circulação pública.

Dessa forma, tem feito os encantos de muitos milhares de turistas, portugueses e estrangeiros, que, para além da sua arquitectura, disfrutam a extraordinária vista sobre o rio, o mar e a própria Praia da Rocha, a partir dos seus pontos de miradoiro.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista da rotunda da marina, numa tarde de inverno.

Pena é que, como factor de realce do monumento e da sua história, não haja um pouco mais de informação acessível a todos os que a visitam. Um pormenor que a Câmara Municipal, certamente, solucionará com a maior das facilidades.

O que se justifica, cada vez mais, pelo aumento de afluência de visitantes, face às alterações da sua envolvência efectuadas nos últimos anos. O complexo da marina, mal ou bem, construído em espaço subtraído ao rio, não deixa de ser um motivo de atracção para todos os que visitam a Praia da Rocha.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Zona interior, com a cisterna, ao centro, e a capela, à direita.

Consulte mais informação sobre a Fortaleza de Santa Catarina, nas seguintes páginas da internet: IPPAR, Ministério da Cultura e Wikipédia

Até breve.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Convento de S. Francisco

Convento de S. Francisco - Portimão
Fachada principal do Convento de S. Francisco, em Portimão.

A fundação do Convento de S. Francisco - ou de Nossa Senhora da Esperança, como também é conhecido - remonta ao século XVI e é fruto da iniciativa de Simão Correia, antigo capitão de Azamor.

A sua história parece querer contar-nos que, logo na sua origem, terá sido fadado para o infortúnio, a crer naquilo que por aí está escrito. Desde desentendimentos entre os Franciscanos até derrocadas, venda a privados que o utilizaram inapropriadamente como armazém disto e daquilo, incêndios e por aí adiante, tudo lhe aconteceu.

No entanto, a pior das desgraças terá sido, certamente, o total abandono a que foi votado nas últimas décadas, período em que se foi acentuando a sua degradação, pondo, cada vez mais, em risco o que ainda resta da sua estrutura arquitectónica.

Convento de S. Francisco - Portimão
Convento de S. Francisco, Portimão. Vista Sul.

Dizem as crónicas que, no decurso do século XX, a autarquia de Portimão tentou adquirir o edifício, nunca tendo logrado concretizar tal pretensão. Actualmente, desconheço se ainda existe tal vontade da parte da Câmara Municipal e, em caso afirmativo, se têm sido feitas quaisquer diligências no sentido da sua aquisição e posterior recuperação.

Em Março de 2006, o jornal local "Barlavento" publicou uma peça sobre o Convento de S. Francisco - curiosamente, na secção "Economia"... - onde dava conta de que os proprietários "pretendem requalificar e transformar o espaço histórico num luxuoso Hotel de Charme".

Este Monumento foi classificado como imóvel de interesse público em 30 de Novembro de 1993, através do decreto 45/93. Decorreram quase 15 anos. Já passou muita água por debaixo das pontes do Rio Arade. Mas o tal "interesse" que foi decretado, até ao momento, não consta que se tenha manifestado. Pelo menos, em termos práticos, que é o que interessa.

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Porém, a tal notícia do Jornal ficou-me aqui "em suspenso" e, sempre que me lembro do Convento, dou comigo a lançar interrogações para o ar para as quais ainda não encontrei resposta.

O primeiro lugar, já o referi atrás como uma dúvida, será que a autarquia ainda está interessada na aquisição do edifíco - e área circundante, claro. Nem me passa pela cabeça que não esteja - passe a incongruência...

Segundo: será que os seus actuais proprietários já iniciaram o processo de licenciamento e construção do tal hotel de charme?

Terceiro: Será aceitável que, numa das mais representativas e progressivas cidades do Algarve, se mantenha uma situação destas, em que um Monumento emblemático do concelho se vai esvaindo, na frente dos nossos olhos, pedra após pedra, até à derrocada final?

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Quarto: Será que a Cãmara Municipal de Portimão, a exemplo do que fez - quanto a mim, muito bem - com o antigo Estádio do Portimonense ou, se não for da sua competência, a entidade oficial que lhe competir, não poderão proceder à sua expropriação, na eventualidade de não chegarem a acordo com os actuais donos?

Poderia referir aqui mais algumas perguntas que também me ocorrem, mas não vejo necessidade disso. O que me parece importante é que algo seja feito, quanto antes, ou poderá ser tarde de mais. E, para isso, seria bom que todos nós, munícipes portimonenses, não deixássemos cair este assunto em saco roto.

E que o executivo camarário também nos informasse do que foi e está a ser feito relativamente a este caso. Mas, refiro-me a acções concretas. E, se não estiver a ser feito nada, que passe a sê-lo.

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Apresento aqui algumas fotografias bem elucidativas do adiantado estado de degradação em que o edifício se encontra. O intuito não é o de atacar ninguém, pessoas ou instituições, mas apenas e exclusivamente o de lançar mais um alerta - diria, até, um grito de socorro - para um problema que é tão urgente como importante para a nossa cidade.

Noutra página intitulada Galeria do Convento de S. Francisco, deixo mais algumas. Para que, antes de mais, possam ver, ou melhor, imaginar a beleza daquele monumento e, depois, o real estado de calamidade em que se encontra e a urgência em se fazer algo para que não se perca em definitivo.

Clique, então, em Galeria do Convento de S. Francisco e, caso assim o entenda, dê a sua opinião, fazendo um comentário neste post.

Veja também como o IPPAR descreve este Monumento e a sua história.

Até à próxima e obrigado por ter visitado este Blog.

Em tempo: O pedido de classificação do Convento de S. Francisco como imóvel de interesse público foi apresentado, em 1986, pelo Dr. Manuel Ramos – autor dos blogs Saco dos Desabafos e Blogue do Vereador – e pelo Professor Horta Correia. A ambos presto a devida homenagem.

Convento de S. Francisco - Portimão
Convento de S. Francisco, Portimão. Vista para o Rio Arade.



Veja aqui a apresentação das fotografias no YouTube:



quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Bom Ano de 2008

2007/2008 - Passagem do Ano em Portimão
Desde Portimão, um excelente 2008 para todos.

Seguindo a tradição dos últimos anos, a autarquia promoveu um ciclo de actividades festivas nas quais se incluem a passagem do ano, com uma monumental queima de fogo de artifício, dita "a maior do mundo em extensão" (estes títulos cheiram-me à habitual "saloiice" portuguesa, ou melhor, ao fatídico preconceito de sermos um país de reduzida dimensão...), que se alongou desde a zona ribeirinha da cidade até à Praia da Rocha e Alvor, o 2º festival de humor SolRir e o Dakar 2008.

É inegável que, com estas e outras iniciativas que se foram sucedendo durante todo o ano de 2007, a autarquia conseguiu colocar Portimão no centro das atenções de grande parte dos portugueses e levou também o seu nome muito além fronteiras.

Portimão, apesar de algumas lacunas que urge remediar, é hoje, sabe-se lá, o concelho do Algarve mais prestigiado e o mais procurado pelo turismo nacional e, porventura, internacional.

Desconheço quais os custos reais destes investimentos em termos de orçamento camarário e de eventuais comprometimentos actuais ou futuros de natureza diversa, mas espero que tudo esteja a ser feito com responsabilidade e com a precaução que o bom senso aconselha.

Queremos ver Portimão progredir a toda a velocidade, mas que não lhe venha a suceder o mesmo que em tantas outras autarquias por esse país fora, já para não falar de duas ou três nossas vizinhas, que se encontram financeiramente de rastos.

Para já, não posso deixar de reconhecer que a minha avaliação do que foi feito no concelho é positiva e aguardo, com alguma expectativa, a concretização de projectos que já se iniciaram ou estão prestes a sê-lo, bem como dos que ainda parece estarem bem longe de ser uma realidade.

Um excelente 2008 para todos.

Nota: Caso queira, veja mais algumas Fotos do Fogo de Artifício clicando aqui.

2007/2008 - Fogo de artifício na passagem do ano em Portimão
Fogo de artifício na passagem do Ano na zona ribeirinha de Portimão.