sábado, 30 de maio de 2009

Portimão Air Festival

Mama Maratona 2008 - Portimão
O campeão mundial, Hannes Arch, em acção.

Realizou-se mais um festival aéreo em Portimão na sua segunda edição. Nos dias 23 e 24 de Maio passado, evoluíram pelos céus de Portimão diversos tipos de aeronaves pilotadas por ases da aviação-espectáculo.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Os ingleses da Patrula Aerostars em formação ascendente.

De diversas nacinalidades, incluindo os portugueses da Força Aérea, os célebres Asas de Portugal e outros, passando por espanhóis, franceses, ingleses e alemães.

Mama Maratona 2008 - Portimão
A Patrulha Culebra em alta velocidade.

Como habitualmente nestas manifestações acrobáticas, proporcionaram-nos momentos de grande espectacularidade e chamaram à zona ribeirinha elevado número de apreciadores desta modalidade que passaram grande parte das tardes de sábado e domingos nas margens do nosso rio Arade.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Ao fundo, a Fortaleza de S. João do Arade.

O tempo, apesar de ter ameaçado perturbar o espectáculo - em especial no sábado - acabou por colaborar e, pelo lado da meteorologia como pelos outros, tudo decorreu na normalidade, para gáudio de todos os que se proposeram passar o seu fim-de-semana em Portimão com essa finalidade.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Os Asas de Portugal em manobra apertada.

Mais uma vez, Portimão a dar cartas no Algarve, mostrando aquilo de que é capaz e que merece.

Veja mais fotografias em: Slideshow Picasa do 2º Festival Aéreo de Portimão - 2009 ou Galeria Refóias do 2º Festival Aéreo de Portimão - 2009.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mama Maratona 2008 - Portimão

Mama Maratona 2008 - Portimão
Portimão acolheu a Mama Maratona 2008.

A Associação Oncológica do Algarve promoveu mais uma Mama Maratona, a número 8.

No Domingo, 12-10-2008, a zona ribeirinha de Portimão foi percorrida, em ambiente de festa, por mais de dois mil participantes provenientes de todo o Algarve e outros pontos do país, vestindo camisolas e bonés fornecidos pela organização no acto da inscrição.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Um mar de gente prepara-se para iniciar a caminhada.

Essa onda predominantemente cor de rosa e branca, constituiu um excelente exercíco matinal para os respectivos intervenientes, mas, acima de tudo, foi uma enorme manifestação de solidariedade para com todos aqueles que são afectados por problemas de natureza oncológica.

Mama Maratona 2008 - Portimão
Passagem sob a Ponte Ferroviária de Portimão.

Durante 5 km, para os menos resistentes, ou 8 km, para os "profissionais" (incluindo alguns atletas de renome nacional que também participaram no evento, em passo de corrida), os marchantes cumpriram os principais objectivos propostos pela organização:

Mama Maratona 2008 - Portimão
À beira-rio, na zona do Largo do Dique.

"Alertar para a problemática do cancro e angariar fundos para a construção da "Casa Flor das Dunas" – Projecto que a A.O.A. pretende levar a cabo, do qual consta a construção de um edifício para apoio ao doente oncológico" .... "habitação destinada a servir de residência temporária aos doentes oriundos de partes distantes que tenham de ser sujeitos aos tratamentos por radiações diários, normalmente com a duração entre 4 a 6 semanas".

Mama Maratona 2008 - Portimão
Junto ao Cais Comercial com o Convento de S. Francisco ao fundo.

Mais uma vez, Portimão surge como cidade algarvia de vanguarda, da qual todos os portimonenses, originais e adoptivos, nos podemos e devemos orgulhar.

No entanto, há que referi-lo, por vezes, nota-se que a nossa participação poderia ser mais efectiva. Em eventos como este, parece ficar a sensação de que os forasteiros nos superam em número de presenças. Espero estar equivocado...

Veja mais fotografias em: Galeria da Mama Maratona 8 - Portimão 2008.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Jardim 1º de Dezembro

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Alguns painéis de azulejos do Jardim 1º de Dezembro.

O Largo 1º de Dezembro, no coração da baixa, distingue-se pelo Jardim com o mesmo nome do qual faz parte uma colecção de dez painéis de azulejos colocados no encosto de cada um dos bancos lá existentes para descanso dos visitantes.

Trata-se de uma obra com mais de meio século de existência que se tem mantido razoavelmente bem conservada, embora, nos últimos anos, com o arrastamento das obras de transformação do palácio Sárrea Prado no futuro Teatro Municipal de Portimão, tenha vindo a passar por uma fase menos agradável.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Painel alusivo ao Tratato de Zamora.

Cada um dos dez painéis representa um momento da nossa história que, no seu conjunto, e na perspectiva do autor ou de que quem lhe encomendou o trabalho, corresponderão aos de maior relevância, desde a fundação da nacionalidade pelo Tratado de Zamora, em 1143, até à implantação da República com a revolução de 1910.

Pelo meio, surgem batalhas contra Espanhóis e Sarracenos, Descobertas do Novo Mundo e consolidação do Império Colonial, bem como a outorga das duas primeiras Constituições Portuguesas. Reflexos, obviamente, dos pontos de vista da governação daquela época ditatorial salazarista.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Painel alusivo à implantação da República.

Não deixa de ser curioso, ou melhor, patético, causando-me até alguma hilaridade o facto de a prisão de um Régulo Moçambicano, resistente anti-colonial, de nome Gungunhana, constituir, na opinião seja de quem for, um marco na história de Portugal... Com o devido respeito pelo personagem em causa e total desaprovação pelo que lhe fizeram, em especial, no seguimento da sua captura, os episódios ocorridos na transferência e estadia em Lisboa e desterro para os Açores.

Para uma consulta pormenorizada sobre este acontecimento, aqui fica uma ligação para o site Vidas Lusófonas, onde encontrará uma biografia pormenorizada de Gungunhana, da autoria de Carlos Pinto Santos.

Jardim 1º de Dezembro - Portimão
Representação da captura do Régulo Gungunhana.

Mas, voltando ao jardim e aos seus painéis, está prometido pela Câmara Municipal de Portimão, nesta página do seu site, que, no seguimento das obras do palácio Sárrea Prado, o "Jardim 1º de Dezembro será, também, objecto de requalificação, tornando-se numa extensão do edifício, uma espécie de foyer ao livre, onde também acontecerão performances artísticas".

Fico, assim, na expectativa da conclusão dessas obras, já tão demoradas, para poder voltar a usufruir plenamente do maravilhoso recanto de Portimão que é o Jardim 1º de Dezembro. Um pequeno espaço acolhedor no centro da cidade, retirado e pacato como talvez nenhum outro, e onde podemos reflectir um pouco sobre a nossa história e não só, recostados num dos tais painéis, observando atentamente os restantes.

Veja as fotografias de todos painéis em: Galeria do Jardim 1º de Dezembro.

Até à próxima e obrigado pela sua visita.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A Fortaleza de Santa Catarina

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Fachada principal da Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha.

Alinhada com o Forte de S. João do Arade, mas na margem direita do rio e sobranceira a este, encontra-se a Fortaleza de Santa Catarina, certamente, o mais importante chamariz arquitectónico da Praia da Rocha.

Foi projectada e construída no século XVII, durante o reinado de Filipe IV de Espanha, para defesa da entrada do Arade a inimigos que o demandassem por via marítima, tendo acolhido no seu interior uma ermida com o mesmo nome que, segundo os historiadores, já existia, anteriormente, junto ao rio.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista de baixo, com toda a sua imponência.

Também é conhecida por Fortaleza de Santa Catarina de Alexandria ou Santa Catarina de Ribamar. A exemplo do que sucedeu ao Convento de S. Francisco, sofreu os efeitos do terramoto de 1755, tendo ficado também bastante danificada. No entanto, ao contrário daquele, foi prontamente reparada.

Diz também quem sabe, que foi, sucessivamente, remodelada até chegar ao que é hoje, nada lhe restando da construção original a não ser a fachada principal. Foi ocupada pela Polícia Marítima e Guarda Fiscal e, com o surgimento da indústria turística, no século passado, inevitavelmente, transformada também em restaurante, café e geladaria... O costume...

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista poente, para a praia. Na linda do horizonte, Lagos e a sua baía.

Valha-nos, ao menos, que, ao longo das últimas décadas, tem sido preservada - não tão bem como se desejaria, mas de uma forma "aceitável" - e sempre mantida aberta à circulação pública.

Dessa forma, tem feito os encantos de muitos milhares de turistas, portugueses e estrangeiros, que, para além da sua arquitectura, disfrutam a extraordinária vista sobre o rio, o mar e a própria Praia da Rocha, a partir dos seus pontos de miradoiro.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Vista da rotunda da marina, numa tarde de inverno.

Pena é que, como factor de realce do monumento e da sua história, não haja um pouco mais de informação acessível a todos os que a visitam. Um pormenor que a Câmara Municipal, certamente, solucionará com a maior das facilidades.

O que se justifica, cada vez mais, pelo aumento de afluência de visitantes, face às alterações da sua envolvência efectuadas nos últimos anos. O complexo da marina, mal ou bem, construído em espaço subtraído ao rio, não deixa de ser um motivo de atracção para todos os que visitam a Praia da Rocha.

Fortaleza de S. Catarina - Portimão
Zona interior, com a cisterna, ao centro, e a capela, à direita.

Consulte mais informação sobre a Fortaleza de Santa Catarina, nas seguintes páginas da internet: IPPAR, Ministério da Cultura e Wikipédia

Até breve.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Convento de S. Francisco

Convento de S. Francisco - Portimão
Fachada principal do Convento de S. Francisco, em Portimão.

A fundação do Convento de S. Francisco - ou de Nossa Senhora da Esperança, como também é conhecido - remonta ao século XVI e é fruto da iniciativa de Simão Correia, antigo capitão de Azamor.

A sua história parece querer contar-nos que, logo na sua origem, terá sido fadado para o infortúnio, a crer naquilo que por aí está escrito. Desde desentendimentos entre os Franciscanos até derrocadas, venda a privados que o utilizaram inapropriadamente como armazém disto e daquilo, incêndios e por aí adiante, tudo lhe aconteceu.

No entanto, a pior das desgraças terá sido, certamente, o total abandono a que foi votado nas últimas décadas, período em que se foi acentuando a sua degradação, pondo, cada vez mais, em risco o que ainda resta da sua estrutura arquitectónica.

Convento de S. Francisco - Portimão
Convento de S. Francisco, Portimão. Vista Sul.

Dizem as crónicas que, no decurso do século XX, a autarquia de Portimão tentou adquirir o edifício, nunca tendo logrado concretizar tal pretensão. Actualmente, desconheço se ainda existe tal vontade da parte da Câmara Municipal e, em caso afirmativo, se têm sido feitas quaisquer diligências no sentido da sua aquisição e posterior recuperação.

Em Março de 2006, o jornal local "Barlavento" publicou uma peça sobre o Convento de S. Francisco - curiosamente, na secção "Economia"... - onde dava conta de que os proprietários "pretendem requalificar e transformar o espaço histórico num luxuoso Hotel de Charme".

Este Monumento foi classificado como imóvel de interesse público em 30 de Novembro de 1993, através do decreto 45/93. Decorreram quase 15 anos. Já passou muita água por debaixo das pontes do Rio Arade. Mas o tal "interesse" que foi decretado, até ao momento, não consta que se tenha manifestado. Pelo menos, em termos práticos, que é o que interessa.

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Porém, a tal notícia do Jornal ficou-me aqui "em suspenso" e, sempre que me lembro do Convento, dou comigo a lançar interrogações para o ar para as quais ainda não encontrei resposta.

O primeiro lugar, já o referi atrás como uma dúvida, será que a autarquia ainda está interessada na aquisição do edifíco - e área circundante, claro. Nem me passa pela cabeça que não esteja - passe a incongruência...

Segundo: será que os seus actuais proprietários já iniciaram o processo de licenciamento e construção do tal hotel de charme?

Terceiro: Será aceitável que, numa das mais representativas e progressivas cidades do Algarve, se mantenha uma situação destas, em que um Monumento emblemático do concelho se vai esvaindo, na frente dos nossos olhos, pedra após pedra, até à derrocada final?

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Quarto: Será que a Cãmara Municipal de Portimão, a exemplo do que fez - quanto a mim, muito bem - com o antigo Estádio do Portimonense ou, se não for da sua competência, a entidade oficial que lhe competir, não poderão proceder à sua expropriação, na eventualidade de não chegarem a acordo com os actuais donos?

Poderia referir aqui mais algumas perguntas que também me ocorrem, mas não vejo necessidade disso. O que me parece importante é que algo seja feito, quanto antes, ou poderá ser tarde de mais. E, para isso, seria bom que todos nós, munícipes portimonenses, não deixássemos cair este assunto em saco roto.

E que o executivo camarário também nos informasse do que foi e está a ser feito relativamente a este caso. Mas, refiro-me a acções concretas. E, se não estiver a ser feito nada, que passe a sê-lo.

Convento de S. Francisco - Portimão
Interior do Convento de S. Francisco, Portimão.

Apresento aqui algumas fotografias bem elucidativas do adiantado estado de degradação em que o edifício se encontra. O intuito não é o de atacar ninguém, pessoas ou instituições, mas apenas e exclusivamente o de lançar mais um alerta - diria, até, um grito de socorro - para um problema que é tão urgente como importante para a nossa cidade.

Noutra página intitulada Galeria do Convento de S. Francisco, deixo mais algumas. Para que, antes de mais, possam ver, ou melhor, imaginar a beleza daquele monumento e, depois, o real estado de calamidade em que se encontra e a urgência em se fazer algo para que não se perca em definitivo.

Clique, então, em Galeria do Convento de S. Francisco e, caso assim o entenda, dê a sua opinião, fazendo um comentário neste post.

Veja também como o IPPAR descreve este Monumento e a sua história.

Até à próxima e obrigado por ter visitado este Blog.

Em tempo: O pedido de classificação do Convento de S. Francisco como imóvel de interesse público foi apresentado, em 1986, pelo Dr. Manuel Ramos – autor dos blogs Saco dos Desabafos e Blogue do Vereador – e pelo Professor Horta Correia. A ambos presto a devida homenagem.

Convento de S. Francisco - Portimão
Convento de S. Francisco, Portimão. Vista para o Rio Arade.



Veja aqui a apresentação das fotografias no YouTube:



quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Bom Ano de 2008

2007/2008 - Passagem do Ano em Portimão
Desde Portimão, um excelente 2008 para todos.

Seguindo a tradição dos últimos anos, a autarquia promoveu um ciclo de actividades festivas nas quais se incluem a passagem do ano, com uma monumental queima de fogo de artifício, dita "a maior do mundo em extensão" (estes títulos cheiram-me à habitual "saloiice" portuguesa, ou melhor, ao fatídico preconceito de sermos um país de reduzida dimensão...), que se alongou desde a zona ribeirinha da cidade até à Praia da Rocha e Alvor, o 2º festival de humor SolRir e o Dakar 2008.

É inegável que, com estas e outras iniciativas que se foram sucedendo durante todo o ano de 2007, a autarquia conseguiu colocar Portimão no centro das atenções de grande parte dos portugueses e levou também o seu nome muito além fronteiras.

Portimão, apesar de algumas lacunas que urge remediar, é hoje, sabe-se lá, o concelho do Algarve mais prestigiado e o mais procurado pelo turismo nacional e, porventura, internacional.

Desconheço quais os custos reais destes investimentos em termos de orçamento camarário e de eventuais comprometimentos actuais ou futuros de natureza diversa, mas espero que tudo esteja a ser feito com responsabilidade e com a precaução que o bom senso aconselha.

Queremos ver Portimão progredir a toda a velocidade, mas que não lhe venha a suceder o mesmo que em tantas outras autarquias por esse país fora, já para não falar de duas ou três nossas vizinhas, que se encontram financeiramente de rastos.

Para já, não posso deixar de reconhecer que a minha avaliação do que foi feito no concelho é positiva e aguardo, com alguma expectativa, a concretização de projectos que já se iniciaram ou estão prestes a sê-lo, bem como dos que ainda parece estarem bem longe de ser uma realidade.

Um excelente 2008 para todos.

Nota: Caso queira, veja mais algumas Fotos do Fogo de Artifício clicando aqui.

2007/2008 - Fogo de artifício na passagem do ano em Portimão
Fogo de artifício na passagem do Ano na zona ribeirinha de Portimão.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

2007 - Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Exposição itinerante sobre a igualdade de oportunidades para todos.

Sob o lema 2007 - Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, está a decorrer em Portimão uma exposição itinerante com o objectivo de nos sensibilizar para o direito à igualdade e à não discriminação.

Segundo foi dito num dos discursos de apresentação, esta exposição já percorreu todas as capitais de distrito de norte a sul do país. Portimão é a primeira cidade não capital que a recebe.

Não sei se daí é legítimo tirar a ilação de que a nossa cidade foi considerada ao nível de importância das ditas capitais, mas, como ninguém afirmou o contrário e eu gostaria que o fosse, acredito que sim.

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Representação da Autarquia na cerimónia inaugural.

Tendo como ideia base a não discriminação em função do sexo, etnia, religião, deficiência, idade, e orientação sexual, pretende-se que seja dada a todos igualdade de oportunidades a fim de atingir o obectivo de todos vivermos no seio de uma sociedade justa.

De facto, a meu ver, será nesta área que a sociedade actual evidencia um dos maiores défices. Estamos a uma enorme distância de vivermos numa sociedade realmente justa. Aliás, talvez não cometa nenhuma heresia se disser que as injustiças se acentuaram no decurso das últimas décadas e dos últimos anos.

Cada vez parece haver mais intolerância e menos solidariedade. A ambição desmedida, o atingir fins sem olhar a meios transformaram-se num ideal que parece ser praticado e exaltado no dia a dia como se de uma coisa boa se tratasse.

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Actuação do Grupo Coral da Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1º de Dezembro.

Felizmente que existem estas iniciativas. Infelizmente, parece-me, elas constituem mais uma actividade "folclórica" de exorcismo de alguns fantasmas que, por vezes, atormentam as nossas consciências, do que propriamente algo que nos leve a mudar o rumo dos acontecimentos.

Todos os que lá vamos - e gostaria de saber quantos, pois duvido da fartura - ficamos muito "sensibilizados" com o que lá vemos, damos muito boa palavra a quem lá está, temos muita pena dos imigrantes, dos deficientes, dos idosos e de todos os discriminados por esta ou aquela razão.

E, no nosso dia a dia, o que é que fazemos para que haja, efectivamente, uma melhoria das condições de vida dessas pessoas?...

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Actuação do Grupo Coral da Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1º de Dezembro.

No final da tarde, já bem no final, actuou o Coral da Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1º de Dezembro, constituído por um grupo de simpáticas e divertidas cantoras.

Interpretaram várias cantigas do nosso cancioneiro tradicional com as quais entretiveram e animaram a assistência, que, embora escassa, se mostrou muito interessada.

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Estandarte da Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1º de Dezembro.

Ainda de acordo com o espírito do evento, esteve, igualmente, em palco um grupo de dança de jovens, filhos de imigrantes residentes em Portimão, que também deliciaram os presentes, com a alegria, ritmo e entusiasmo que puseram na sua actuação.

Mas, isto não é o mais importante. Essencial era que todos nós, portimonenses e vizinhos de concelhos limítrofes, lá fôssemos, meditássemos bem no objectivo da exposição e, acima de tudo, fizéssemos algo de real para atingir esse objectivo.

Não se esqueça! Vá ao 2007 - Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, na Zona Ribeirinha de Portimão de 18 a 23 de Setembro de 2007.

2007 - Ano europeu da igualdade de oportunidades para todos
Actuação de um grupo de dança de filhos de imigrantes residentes em Portimão.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

V Symposium Internacional de Escultura - Portimão

Esculturas à beira rio - Portimão
O V Symposium Internacional de Escultura está a decorrer na Zona Ribeirinha de Portimão.

Em Março passado, publiquei aqui um post sobre as esculturas à beira-rio. Pois, esta semana, não sei se por culpa minha - certamente que sim, serei fraco observador - se por o evento não estar suficientemente publicitado, fui confrontado, quase por casualidade, com nova agradável surpresa na Zona Ribeirinha.

Até 3 de Junho próximo, decorre mais um Symposium Internacional de Escultura, na sua quinta edição, junto ao edifício da antiga lota, onde podemos observar os participantes no evento - sete escultores de várias nacionalidades - na sua tarefa de dar nova vida á pedra.

Esculturas à beira rio - Portimão Confrontado com um bloco destes, cabe ao escultor trabalhá-lo e dar-lhe novas formas.

E se algumas delas ainda estão "em bruto" ou pouco mais, outras há que, pela mão de quem sabe - e sente - já tomaram parcial ou totalmente a nova forma que o autor criou no seu imaginário e lhe foi dando, sabe-se lá com que dificuldade.

Pela amostra do que já foi feito, o produto final vai, com certeza, corresponder às expectativas. Não digo dos seus autores, que esses é provável que aspirem sempre a mais e melhor, mas dos que, como eu, apenas sabemos usufruir do resultado do seu trabalho sem nos darmos conta de quão difícil é criar.

Esculturas à beira rio - Portimão
Só com boa protecção se consegue evitar o pó.

Em conversa, no local, com o Mestre Arlindo Arez, escultor e pintor portimonense de nomeada, com atelier em Alcalar, participante no Symposium e seu grande dinamizador, fiquei a saber que o evento é apoiado por várias entidades, nomeadamente, a Câmara Municipal de Portimão. Estamos todos de parabéns: nós e a Câmara. Os dinheiros investidos na cultura são sempre de grande rendibilidade.

No final, os trabalhos realizados serão colocados na Zona Ribeirinha, fazendo companhia às outras esculturas que já lá se encontram, aumentando assim, significativamente, o património cultural da Cidade. Portimão ficará mais rica. E a Zona Ribeirinha ainda mais bonita.

Esculturas à beira rio - Portimão
Todos se entregam entusiasticamente à sua obra.

Vamos, então, aguardar a conclusão do V Symposium Internacional de Escultura de Portimão para, no final, podermos apreciar os trabalhos realizados por estes sete consagrados escultores nele participantes.

Entretanto, não deixe de passar pela beira-rio, onde os poderá ver trabalhar as suas obras ao vivo, junto ao edifício da antiga lota. Vale a pena.

Se quiser ver mais algumas fotografias, siga este link, clicando em galeria de fotos.

Esculturas à beira rio - Portimão
Eis um trabalho muito elaborado e já em fase avançada.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

O Museu Municipal de Portimão

Museu Municipal - Portimão
O Museu Municipal de Portimão está ser instalado na antiga fábrica de conservas da Família Feu.

Finalmente, o Museu Municipal de Portimão parece dar-nos a entender que não demorará muito a ficar concluído. Depois de uma espera de tantos anos, não deixa de ser com satisfação que, nas minhas frequentes passagens à sua beira para "inspecção" da evolução das obras, verifico que vai ficando apresentável.

Não sei para quando está prevista a sua abertura ao público - ou sequer se já estará prevista - mas, exteriormente, dá gosto observá-lo. Por mais que não seja, pelo que representa no concretizar do sonho de muitos portimonenses de verem recuperado um símbolo tão representativo da história da sua cidade.

Museu Municipal - Portimão
O sem-fim que transportava as cestas com o peixe do barco para o interior da fábrica, já é visível.

Há um estúpido ditado antigo - "de Espanha nem bom vento nem bom casamento" - que, de algum modo, representa o divórcio secular entre Portugal e Espanha criado, artificialmente, por gente de má índole. O edifício e, principalmente, a história desta antiga fábrica de conservas desmentem categoricamente tal ideia.

Trata-se de um testemunho inegável. No início do século XX, uma família de espanhóis - (nuestros) "Hernanos Feu" - radicou-se em Portimão e construiu uma fábrica de conservas.

Durante muitas décadas, deu trabalho a muita gente, incluindo milhares de operárias conserveiras, ajudou a desenvolver a indústria de pesca local e levou o nome de Portimão e de Portugal a quase todos os continentes através das suas exportações de conservas. Entre as suas marcas, "La Rose" tornou-se mundialmente famosa.

Museu Municipal - Portimão
A velha chaminé da fábrica, devidamente preservada, é, só por si, um símbolo. Em Portimão, em meados do século XX, existiam dezenas.

Quando a crise chegou, as fábricas de conservas de Portimão morreram de pé como as árvores, mas, devido à grande boa vontade dos descendentes de D. Caetano Feu e da autarquia, foi possível recuperar a Fábrica Hermanos Feu, também conhecida por Fábrica de S. Francisco, como memorial da indústria conserveira da nossa cidade.

O processo foi demorado. Mais do que seria desejável. Valeu-nos que, esporadicamente, o espaço, mesmo sem condições, foi servindo de palco a diversas exposições, que, francamente, agradaram. Lembro-me dos casos da World Press Photo e Alcalar - A Pré-história em Portimão, por exemplo.

Mas, como mais vale tarde do que nunca, a obra vai tomando forma. A expectativa é de que possamos observar uma fábrica de conservas antiga, tal como funcionava, com todas as máquinas e apetrechos originais, e perceber como se fabricavam as conservas de peixe no século passado.

Museu Municipal - Portimão
A arquitectura poderia enquadrar-se melhor no ambiente de uma antiga fábrica de conservas, mas são gostos...

Que o mesmo é dizer que ficaremos a saber mais sobre Portimão e a sua história, inevitavelmente ligada à actividade piscatória e afins e delas quase totalmente dependente até ao surgimento da nova indústria dos nossos dias: o turismo.

Certamente que, no final, terá valido a pena esperar. Pacientemente, como é nossa tradição.

sábado, 31 de março de 2007

Esculturas à beira-rio

Esculturas à beira rio - Portimão
À beira-rio, podemos apreciar diversos trabalhos de escultores de várias nacionalidades, entre os quais, Arlindo Arez, escultor e pintor portimonense, autor desta "Cariátide".

Quem, diariamente, faz o passeio da zona ribeirinha, muito "brasileiramente" falando, também chamado de "calçadão", tem a tendência de passar pelas esculturas ali existentes, há alguns anos, e quase já não as ver.

Mas, aqueles que só vêm a Portimão esporadicamente ou ali passam pela primeira vez e os que, realmente apreciam arte, são, forçosamente, atraídos por um conjunto de trabalhos de escultores de várias nacionalidades, entre os quais, alguns portugueses.

Não sou entendido na matéria, mas não posso deixar de apreciar, com os meus olhos de leigo, aquelas obras. E gosto. Gosto delas em si e do seu enquadramento. Na generalidade, relacionam-se, de algum modo, com a água, o mar, o rio.

Esculturas à beira rio - Portimão
Os "canitos", com a permissão dos donos, aproveitam esta Afrodite para alçar a perninha....

Não posso, no entanto, deixar de lamentar, que algumas das esculturas, como esta Afrodite, tenham sido colocadas directamente no chão. "Distracção" de quem as mandou lá pôr? Vontade de alguém, eventualmente, os autores? Desconheço. Mas os resultados são bem visíveis...

Afrodite, a deusa grega do amor, da beleza e da paixão, a Vénus dos romanos, serve aqui em Portimão para os "canitos" de alguns, portimonenses ou não, alçarem a patinha e alijarem aquele liquidozinho amarelo que foram acumulando, durante muitas horas, presos e solitários, num apartamento sem o mínimo de condições para os acolher.

Como vingança, portanto, nada melhor do que urinar na cara da escultura duma deusa, para eles tão apetecível como qualquer esquina, sinal de trânsito ou posto de electricidade, já que não o podem fazer na perna dos donos, por respeito...

Esculturas à beira rio - Portimão
Junto dos restaurantes da sardinha assada, há várias esculturas que, nem sempre, são devidamente respeitadas por quem lá trabalha.

Também aqui em Portimão, à semelhança do que se passa no resto do país, há uma grande falta de civismo. Aquela mentalidade de que nós só temos direitos e os outros só têm deveres é, talvez, um dos maiores obstáculos a ultrapassar.

Temos todos de perceber que a mudança e o progresso dependem, essencialmente, de cada um de nós. Há que olhar pela nossa terra, sermos responsáveis, sermos exigentes connosco próprios em primeiro lugar e, depois, com os outros. Nada cai do céu, de mão beijada, a não ser a chuva.

Se quiser ver mais fotografias de todas as esculturas, siga este link, clicando em galeria de fotos.

Esculturas à beira rio - Portimão
"Hipocampo", também da autoria de Arlindo Arez, escultor e pintor portimomense com atelier em Alcalar.

terça-feira, 13 de março de 2007

O Forte de S. João do Arade, Castelo de Ferragudo

Forte de S. João do Arade - Ferragudo
O Forte de S. João do Arade era um guardião da entrada do rio.

Acontece frequentemente abstrairmo-nos do que temos à nossa volta e prestarmos apenas atenção àquilo que se encontra para além do nosso alcance quotidiano. A beleza que nos rodeia parece tornar-se banal por a termos sempre disponível e tendemos a só atribuir valor ao que é dos outros e está do lado de lá.

Em Portimão e arredores há muitas coisas dignas de apreço e tenho a sensação de que muitos de nós as deixamos, sistematicamente, passar ao lado, quando delas poderíamos usufruir com a maior facilidade.

O Forte de S. João do Arade - monumento classificado, embora propriedade de particulares - foi, recentemente, objecto de obras de recuperação e ficou de cara lavada.

É um pequeno forte cujos primórdios remontam aos finais do sec. XV, um dos emblemas da nossa linda vizinha Vila de Ferragudo e está sempre disponível a quem o olha da margem direita do nosso rio comum - o Arade.

Forte de S. João do Arade - Ferragudo
Até os barcos acostados na marina se perfilam para lhe prestar homenagem....

Em todos estes séculos, foi um dos guardiões da entrada do Rio Arade e, se falasse, muitas coisas teria para nos contar. Não tendo voz, deixa-nos, no entanto, a possibilidade de dar largas à nossa imaginação e recordarmos por ele o que por ali se passou.

Quanta água - no inverno castanha dos aluviões roubados aos homens da serra e do barrocal;

Quantos barcos - galeões de quase-escravos, traineiras e enviadas, botes e chatas;

Quantos marujos - pescadores, mestres e contra-mestres, velejadores e remadores.

Quantos naufrágios - de barcos encalhados nos baixios das movediças areias do Rio, eternamente assoreado.

Tudo ele viu.

Forte de S. João do Arade - Ferragudo
O Forte de S. João do Arade foi edificado à babuja do Arade e sobre as própria rochas que apertam as suas águas na margem esquerda.

E, agora - idoso mas sempre atento, em pose de sentinela impotente para parar o inimigo ou, mesmo, alertar do seu avanço inexorável - ali se mantém firme numa confrontação com as modernices que, do lado de cá, se têm vindo a instalar a pouco e pouco, ocupando espaços em terra e - preocupante, muito mais preocupante - roubando os que pertenciam ao Rio e ao Mar.

Dizem os antigos - velhos sábios marujos - que as suas águas, mais tarde ou mais cedo, virão sempre recuperar o que lhes pertence.

Não sei se sempre, mas os exemplos estão à vista. Não há inverno que não nos mostre essa tentiva do mar a tentar reocupar o que já lhe pertenceu, como aconteceu na Costa da Caparica ainda há dias.

Entretanto, disfrutemos do que a nossa terra tem de belo. Porquê perdê-lo todos os dias?...

Forte de S. João do Arade - Ferragudo
Num mesmo olhar, num abraço amigo, o Forte, a Cidade, a Fóia e as Águas do Arade, já salgadas do mar.