
À beira-rio, podemos apreciar diversos trabalhos de escultores de várias nacionalidades, entre os quais, Arlindo Arez, escultor e pintor portimonense, autor desta "Cariátide".
Quem, diariamente, faz o passeio da zona ribeirinha, muito "brasileiramente" falando, também chamado de "calçadão", tem a tendência de passar pelas esculturas ali existentes, há alguns anos, e quase já não as ver.
Mas, aqueles que só vêm a Portimão esporadicamente ou ali passam pela primeira vez e os que, realmente apreciam arte, são, forçosamente, atraídos por um conjunto de trabalhos de escultores de várias nacionalidades, entre os quais, alguns portugueses.
Não sou entendido na matéria, mas não posso deixar de apreciar, com os meus olhos de leigo, aquelas obras. E gosto. Gosto delas em si e do seu enquadramento. Na generalidade, relacionam-se, de algum modo, com a água, o mar, o rio.
Os "canitos", com a permissão dos donos, aproveitam esta Afrodite para alçar a perninha....
Não posso, no entanto, deixar de lamentar, que algumas das esculturas, como esta Afrodite, tenham sido colocadas directamente no chão. "Distracção" de quem as mandou lá pôr? Vontade de alguém, eventualmente, os autores? Desconheço. Mas os resultados são bem visíveis...
Afrodite, a deusa grega do amor, da beleza e da paixão, a Vénus dos romanos, serve aqui em Portimão para os "canitos" de alguns, portimonenses ou não, alçarem a patinha e alijarem aquele liquidozinho amarelo que foram acumulando, durante muitas horas, presos e solitários, num apartamento sem o mínimo de condições para os acolher.
Como vingança, portanto, nada melhor do que urinar na cara da escultura duma deusa, para eles tão apetecível como qualquer esquina, sinal de trânsito ou posto de electricidade, já que não o podem fazer na perna dos donos, por respeito...
Junto dos restaurantes da sardinha assada, há várias esculturas que, nem sempre, são devidamente respeitadas por quem lá trabalha.
Também aqui em Portimão, à semelhança do que se passa no resto do país, há uma grande falta de civismo. Aquela mentalidade de que nós só temos direitos e os outros só têm deveres é, talvez, um dos maiores obstáculos a ultrapassar.
Temos todos de perceber que a mudança e o progresso dependem, essencialmente, de cada um de nós. Há que olhar pela nossa terra, sermos responsáveis, sermos exigentes connosco próprios em primeiro lugar e, depois, com os outros. Nada cai do céu, de mão beijada, a não ser a chuva.
Se quiser ver mais fotografias de todas as esculturas, siga este link, clicando em galeria de fotos.
"Hipocampo", também da autoria de Arlindo Arez, escultor e pintor portimomense com atelier em Alcalar.